
Pronto
Uma cor
Um perfume
Um bicho
Um ator
Um lugar
Um disco
Um sabor
Uma árvore
Um dístico
Um clamor
Um filme
Um místico
Um fulgor
Uma palavra
Livros
Deus
No qual
Acredito
Alívio:
Posso
Resvalar
Para
O abismo
( Em tempo:
Uma flor )

Mera
Alamanda
Amarela
Tem o condão
De
Transformar-me
A óptica
Da vida
Tímida
Apenas
Semiaberta
De forma
Casual
Pousada
Na calçada
Usando
De sintética
Linguagem
Fala-me
Em surdina:
Desperta!
Liberdade
( Quem
Por ela
Não aspira? )
É
Somente
Ser
É ter
( Nesta manhã
E sempre )
Mente ampla
Alma aberta
Liberada atmã
Saída
Adequada
Ao que possa
Empecer

Ai
Essas
Longas
Noites
Manhãs
E tardes
Vazias:
Paredes
Revestidas
De espelhos
Multiplicam
Infinitamente
Os dias
Tempo
Não preenchido
( Ogro
Agourento )
Debate-se
Raivoso
De nada
Me valendo
Atar-lhe
As mãos
Colocar-lhe
Peias:
Ainda assim
Me agride
Me pisoteia

Não posso negar:
Costumam
Passar-me
Pela cabeça
Pensamentos
Deletérios
Alguns
Até
Se fixam
No espaço
Anteriormente
Reservado
Para
O otimismo
Ignorando
A tabuleta
De aviso
Chegam
Tomam assento
Espreguiçam
Esticam
As pernas
Apoiam os pés
Sobre
A banqueta
Pedem
Uma água
Um café
Um chá
Um suco
Pernoitam
Em sono
Profundo
Enquanto
Sequer
Conto
Carneiros
( Por não tê-los )
Chorosa
Padeço
No deserto
E eles
Prosperam
Em terra
Montanhosa

Hoje
É dia
De inventar
Alguma coisa
Pra dizer
Que
Ainda
Há vida:
Um quadro
Um verso
Uma comida
Uma corrida
Uma toalha
Tecida
Em nhanduti
Uma flor
De papel
E parafina
Uma visita
Esgrima
Uma lida
Qualquer
Que
Transforme
Tudo
Aquilo
Que está
Represado
N'algo
Que não seja
Lágrima