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segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Ilusionismo



O clarão
Crepuscular
Obriga-me
A colocar
Uma das mãos
Em concha
Sobre os olhos
Ávidos
Por enxergar
A linha
Do horizonte
Onde
Lentamente
[ Já ]
Se esconde
O último
Dia
Do primeiro
Mês
Do novo
Ano

[ Tempo
É mentira
É ilusão
É engodo
É engano

Previsão
De
Baralho
Cigano
:
Bobagem
Acreditar ]

sábado, 29 de janeiro de 2011

Miopia



Sem óculos
Olho para
O alto
E vejo
A orgia
De brilhos:
Bacanal
De
Ursas
Cães
Hércules
Marias

Cisne
[ Obvio
Asterismo
Do verão ]
Dragão
[ Olhos de gato
Alma chinesa ]
Perseu
[ Enxame de
Desvairados
Meteoros ]
Centauro
[ Trespassado
Pela flecha:
De cupido? ]
Serpente
[ Orion
Pisando-lhe
A cabeça ]
Baleia
[ Despindo
Armadura
De Prata ]
Peixe
[ Armadura
De ouro ]
Touro
[ Cortejo
Promíscuo
De estrelas
( Símbolo
Do karma
Do darma
Dao verbo
Da palavra? )]

Sagitário
[ Objetos
( Livres )
De um céu
Profundo ]

Virgem
[ Mãe
Aflita
Atenta
De todas
As lendas
De todas
As aflições
Do mundo :
Parem já
Com isto! ]

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Aridez


É um deserto
A minha
Cabeça:
Nada que
Nasça
Que cresça
Que voe
Que cante
Que viceje
Que floresça

Areia
Areia
Areia

[ Vida?
Uma serpente
A rastejar ]

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

De vez em quando penso


Superar
Limites:
Ir além
[ Nem sempre
Dizer
Amém ]

Mudar
A direção
Da nave
[ Nada
De
Marte:
Saturno
Com seus
Anéis ]

Jamais
Contar
Até dez

Enfrentar
O medo
[ Frio ]
Sem escudo
Sem lança
Sem capa
Sem capuz
[ Sentir
No absinto
O dulçor
Do alcaçuz ]

Saltar
Mais alto
[ Ainda que
Um mero
Ano-luz ]

Sair
[ De vez ]
Do labirinto
Do caracol:
Buscar
O outro lado
Do muro
[ Escuro?
Apagar
A treva
Acender
O sol ]

sábado, 22 de janeiro de 2011

Transitoriedade


Através
De
Uma folha
De papel
[ Enroscada
No galho
Caído
Na avenida ]
Está dado
O recado:
É vaga
A vida

[De fato:
Mormente
A minha]

Mal
Concluo
O rápido
Pensamento
[ Acima ]
Vem o vento
Forte
[ Ventania ]
E
[ Veloz ]
Carrega
[ Para longe ]
A vã
Filosofia

Fico
[ Por pouco
Tempo ]
Reflexiva
E
Depois
Prossigo
[ Vazia ]
Pela mesma
Via

Pela mesma
Via
[ Vazia ]

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Dualismo


No chão
O pavão
Formoso

No telhado
O corvo
Feio
Agourento

[ Dualismo
Tão antigo
E
Tão novo ]

Eternidade
É
O momento

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Borboleta


Ah
Esta
Borboleta
[Insana]
Baila
Há mais
De uma
Semana
Em torno
De mim

Insana
Sim!
[Afinal
Por que eu?
Pobre de mim...]

Reconheço
O equívoco
No critério
De escolha
[Bem sei:
Não faço jus]
Mas
[Em que pese
A injustiça]
Estou feliz
Feliz!

domingo, 16 de janeiro de 2011

Cansaço do tempo


O tempo
Não aguenta
Mais:
Está exausto
[Confidenciou-me]
De tantos
Séculos
Milênios
Eras

Deveras
Cansado
De ver
Túnicas
Manchadas
De sangue

De ouvir
Palavras
Vãs
Vazias

De falar
[Inutilmente]
Ao vento

De esperar
Por momento
Em que se
Cumpram
Profecias

Em que se abra
A porta
[Que ninguém
Poderá
Jamais
Fechar]
E apareça
Aquele
Que tem
O peito
Cingido
Por cinto
De ouro
Os olhos
De fogo
E
Empunha
Afiada
Espada
De
Dois
Gumes
[Instrumental
De
Estigma]

Aquele
Cuja mão
Segura
Sete
Estrelas
E
As chaves
Da morte
[Magno
Enigma]

Que traz
O livro
Escrito
Por dentro
E
Por fora
Lacrado
Com sete
Selos
[Uma vez
Rompidos
Revelarão
Destinos]

E
Um
Anjo
[Arco-íris
Em torno
Da cabeça]
Com sua
Trombeta
De
Anúncio:
A salvação
O poder
A realeza
Do
Bem

O tempo
[Realmente]
Carece
De
Descanso
E
Sua
Confidente
Também...

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Horizonte verde quase vessie


Vem chuva:
O sol se esconde

[Caminho
Pelo pátio
Empurrando
O carrinho
Do
Supermercado]

Olho longe:
A vista
É panorâmica

Encanta-me
O verde
[Agora
Quase vessie]
Do horizonte
[Beleza
Paradoxal:
Afinal
É o canavial
Que faz
As vezes
De tapete
Sobre o qual
Pisa macio
O meu
Pensamento

Esqueço
A usina
Que
(Sentindo-se
Culpada)
Se asila
Por detrás
Do Horto
Florestal]

Faço de conta
[Ávida
Que sou
Por poesia]
Que admiro
Um jardim:
Avenca
Samambaia
Alfazema

[Procuro
Aplacar
A consciência:
Num antigo
Passe
De magia
"Meio que"
Transmuto
Cortina
De fumaça
Em véu
De fantasia
(Dúbia
Tentativa
De isolar
Da memória
A queimada
A fuligem
O bóia-fria)]

E
Imagino-me
Na
Provence
[Não obstante
O misto
De
Contemplação
E
Agonia
:
Fazer o quê?]

sábado, 1 de janeiro de 2011

Utopismo para tempo novo


A águia
Pousou
No topo
Do mundo
Olhou
Em torno
E viu que tudo
Tudo estava
Muito bom

Flores
Achavam
Um jeito
De florescer
Homens
Um jeito
De convencer
Justiça
Um jeito
De vencer

E tudo bem
Conduzido
Nas duas rodas
Da vida
Nas duas rodas
Polidas:
Sabedoria
E amor

Tudo
Muito
Brilhante:
Cor
Néon!