Este é o espaço onde pretendo registrar meus contos, minhas crônicas e meus versos. Relutei muito antes de criar coragem. Pensava:"Tudo já foi escrito.Tudo já foi publicado." Acontece, porém, que os pensamentos, os versos, as frases, as palavras , por modestos , por desimportantes que sejam, acabam constituindo um fardo muito pesado. Carreguei o meu até não poder mais. Exausta busquei um lugar onde deitá-lo. Encontrei aqui o sítio ideal.
Minha lista de blogs
terça-feira, 29 de junho de 2010
Outra vez a madrugada
Conhecendo
De cor
E
Salteado
Toda
A minha
Fragilidade
[Sou
De fraca
Personalidade]
Madrugada
[Astuta
Matreira]
Não vacila
Negaceia
Tentando
Tirar
Partido
Daquilo
Que
Descobriu:
Faz logo
Novo pedido
[Eu diria
Nova
Exigência]
Desta vez
Quer bebida:
Absinto
Sinto raiva
[Acabou
Minha
Paciência]
Razão
Pela qual
Eu
Revido:
Dou-lhe
Chá
De hortelã
[Bem fraquinho]
Misturado
Com
Boldo-do-chile
[Colagogo
Colerético
Digestivo]
Dita-cuja
Torce
O nariz...
E eu
Com isso?
domingo, 27 de junho de 2010
A madrugada pede blues
Insone
Sou presa
Fácil
Da
Madrugada
Que me faz
Refém
Não se
Constrange:
Exige
Resgate
Protesto
Mas ela
Faz birra
Pragueja
Esperneia:
Quer um blues
Tento
Diálogo
Peço
Coerência:
Faz-se
Mister
Manter
A decência
A não ser
Que se aspire
Por
Confusão
Polícia
Boletim
De ocorrência
[Argumento vão
Sem chance
De
Negociação]
A vilã
Me encara
Fria
E
Fixamente:
Quer um blues
Tudo bem...
Parto
Em busca
Da música
Procuro
Na África
Numa curva
Do Niger
Nas plantações
De algodão
Da América
Nos guetos
Nos bares
Nas casas
Noturnas
No Mississipi
Onde
Ouço gritos
Estranhos
Cortando
Os céus
Do Delta
[Minh'alma
Se alegra:
É ele}
Vejo
Suas múltiplas
Máscaras:
Sensual
Irônica
Lírica
Vejo
Seu triste
Lamento
Transmutar-se
Em bravata:
O vermelho
Viscoso
De sangue
A tingir
Lâmina
De navalha
Então
Sinto medo
Decido
Voltar
[Ciente
Que há
Um impasse
A sanar]
Ah
Recordo
Que tenho
Uma carta
Na manga:
Coloco
No prato
Da velha
Vitrola
O gasto
Vinil
Que raspa
Que chia
Que enrosca
[Ora
Que seja
Assim...]
Tenho Lucille
Tenho
B.B. King
[Madrugada
Feliz
Vira anjo:
Me abraça
Me beija
E sorri]
sexta-feira, 25 de junho de 2010
Dicionário de Psicologia
Ando tão
Estressada
[Nem
Freud
Explicaria]
Ai
Que briguei
Com o lápis
Com a borracha
E com o papel
[Joguei fora
O anel
Que a eles
Me unia]
Agora
Só leitura
Interessa
Mormente
Psicologia
Até
Comprei
Dicionário
Destarte
Mergulho
Em pesquisa:
Agrafia
Bloqueio
Fadiga
Maiêutica
Esforço
Mania
Preconceito
Tensão
Tentativa
Palavra
Paixão
Sincronia
Tolerância
Tabu
Paradigma
Ternura
Vivência
Utopia
Falso-self
Fantasma
Vigília
Julgamento
Sanção
Primazia
Delito
Delírio
Fobia
Brilhança
Cadência
Magia...
Mas
Todo
Verbete
É invasivo
Perturba
Minha
Psique
De sorte
Que volto
Atrás:
Quem sabe
É melhor
Escrever...
quarta-feira, 23 de junho de 2010
Tive um sonho assim
Heloísa
Sorriu
Para mim:
Vem
Vem
[Lembrei-me
Dela
Menina:
Vagalume
Tem tem
Seu pai
Está aqui
Sua mãe
Também]
Não hesitei:
Nas asas
Do tsuru
[Papel
Dobradura
Azul]
Embarquei
Voei voei voei
Kisarazu-shi
Abraço
Sem fim
A casa
O porto
O mirante:
Logo ali
Adiante
Sol nascente
A rua
O rio
A ponte:
Sol poente
[Sakura
Ausente:
Cansou
De esperar]
[Sem nexo:
Serpente
Dourada
A brilhar]
"Mãe
Vamos
Passear!"
Passear:
Monte Fuji
Fujiyama
Fuji-no-Yama
Fuji- san
Fuji-no-Takane
Ou
Fuyo-ho
[O pico de lótus]
Dia limpo
Na costa
Do
Pacífico:
Nas províncias
[Shizuoka
E
Yamanashi]
Nas pequenas
Cidades
[Fujinomiya
Gotemba
Fuji-Yoshida]
E
Nos lagos
Pesquei
No Yamanaka
Uma carpa
De prata
No Kawaguchi
Uma carpa
De marfim
No Shoji
Uma carpa
De jaspe
No Motosu...
Notas
De cinco mil
Ienes
[Já que
Ele está
Nelas
Elas
Estavam
Nele]
Do Saí
Foi que
Vi
O cone
Vulcânico
Com o cimo
Nevado
Pensei
Nas trinta e seis
Vistas
De Hokusai
E
Como
Eu era
Alada
Num átimo
Pude conferir
Em Ukiyo-e
No imediato
Retorno
Sentindo-me
Monge
Anônimo
No ano
Seiscentos
E sessenta
E três
[Ou mesmo
Sir Rutherford
Alcock]
Flutuei
Até o topo
E pousei
Mas...
Cadê
Heloísa?
Cadê
Heloísa?
Olhei
Em todas
As direções
[Sempre um
Declive
Longo
E harmonioso]
Da montanha
Que se ergue
Como
Uma espiga
De arroz
Entrevi
No sopé
Toda
A tradição
Guerreira:
Soldados
Subindo
As encostas
Samurais
Vi o Shogun
Minamoto
No Yoritomo
No seu
Yabusame
Enxerguei
Todos
Os cinco lagos
[Outra vez
Os lagos...]
De mãos dadas
Brincando
Sua ciranda
Até o Ashi
[Pobrezinho]
Excluído
Do folguedo
Mantido
Fora do parque
Meus olhos
Alcançaram
Avistei
Cavernas
A floresta
Aokigahara
[Com os seus
Fantasmas
Suicidas]
E
Os santuários
Tradicionais
Só não vi Heloísa...
Ai
Que ainda
Muito corri
Por entre
Casebres
Antigos
[Hoje
Apoio
Ao turismo]
Em meio a
Lugares
Bonitos
Pisando
Basalto
E
Andesito
Até que
Um chamado
Ouvi:
Manhê!!!
Planei
Até o Fuji-Q
[O som viera
Dali]
Heloísa
Brincava
[Com Érika]
No terrível
Eejanaika
[Que se diga
De passagem:
Terrível
Só
Para mim]
Acordei
Ainda
Assustada
Encantada
Mas
Frustrada
Enfim...
Não sei definir
Só disto
Tenho certeza:
Saudade é coisa ruim!
sexta-feira, 18 de junho de 2010
Quando falta palavra
Muita vez
O dia
É só aridez
Só deserto
Mesmo
Havendo
Água
Por perto
Falta
Canal
Salmoura
Escorre
Na face
Invade
A boca
E
Tal qual
Labareda
Resseca
A palavra
Que
Evapora
Vai para o céu
Vigora
Um silêncio
Cruel
Sequer
Um verso
Viceja
Nenhuma
Rima
Aflora
Embora
Eu saiba
Onde mora
A metáfora
Onde
Reside
A métrica
[Fica tudo
Do lado
De fora
Do peito
Dentro
O coração
Chora]
quarta-feira, 16 de junho de 2010
Roda de capoeira
Os dois
Já se benzeram
Ao pé
Do berimbau
Vai começar
O jogo
Leve
Como balé
Muita
Malícia
Mandinga
Faz que vai
Não vai
E volta
Com ginga
De corpo
Que engana
Uma herança
De Angola
Negaça
Rabo-de-arraia
Golpe
Guarda
Picardia
Confirmam
Aquilo
Que diz
(Conforme
Seu ideário)
O sábio
Mestre Pastinha:
Capoeira
Tem seu
Dicionário
Ai
Que bonito
O batuque:
Palmas
Tambor
Atabaque
Reco-reco
Pandeiro
Agogô
Pra desgosto
Do feitor
Começou
A cantoria!
quinta-feira, 10 de junho de 2010
Manhã gelada e nevoenta
A cerração
(Pelerine
Delicada
De organdi)
Cobre
Mas não
Agasalha
A manhã
Que treme
De frio
No vidro
Embaçado
Da janela
Desenho
Dois
Corações
Trespassados
Por flecha
De cupido
(Faço isto
Desde
Menina
Não perco
A velha
Mania
Porque acho
Muito
Bonito)
Alamanda
Amarela
Gargalha
Rosa vermelha
Desdenha
Hortênsia
Também
Ri de mim
Com vergonha
Disfarço
E me afasto:
Tiritando
Busco
A vassoura
(Quisera voar
Com ela)
Varro a casa
Vasculho tudo
(Faço
Trabalho
De moura)
Por fim
Tomo um chá
De canela
Ah, como a vida é bela...
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