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quarta-feira, 26 de outubro de 2011

BURACO


Embaralhar
Cortar
Dar as cartas:
Recomeçar
O jogo


De saída
Adversário
Astuto
Baixa tudo
Toma posse
Do morto

Minha vez:
Nas mãos
Nenhuma
Pequena
Sequência
Nem mesmo
De três

( Ah
Quem me dera
Canastra
De ases )

Descarto
Curinga:
Sequer
Mandinga
Me livra

Do outro
Lado
Há risada:
A batida

( É sempre assim
Quando aceito
Qualquer
Desafio
Da vida )

terça-feira, 25 de outubro de 2011

IDEÁRIO


Tão pobrezinho
O meu
Ideário:
Nada
Que vá
Além
Da primeira
Porta

Nada
Que precise
De comporta
Para contê-lo

Insubstancial
Tal qual
Finíssimo
Fio
De cabelo

Feito
De componentes
Absolutamente
Démodés:
Novelo
De linha
Agulha
De crochê
Bolo de fubá
Café preto
Fantasia
Devaneio
Desvelo

Todavia
Não me causa
Constrangimento...
É o que tenho:
Meu idioleto

sábado, 22 de outubro de 2011

TRANSITORIEDADE


Triste
Ver a noite
Chegar
Esgarçada
Com os olhos
Súplices
A pedir
Cerzido

Noite
Toda feita
Em tecido fino
Mas

Bem puído:
Nuvens
Desfiadas

Quanta pena
Sinto!
Não tenho
Sequer
Resquício
De
Habilidade
Para refazê-la
Reparar
A trama
Bordar
Com estrelas

( Em tempo:
Para conferir
Vou olhar
De novo

Que felicidade!
Tudo
Corrigido... )

domingo, 16 de outubro de 2011

MÃOS À OBRA !


Logo cedo
Abro a agenda:
Serviço!

Aproveitar
Retalhos
De sábados:
Remendar
Os domingos

Preencher
Superfícies
Dos dias
Vazios

Colorir
Desbotados
Flamingos

Esculpir
Passarinhos
Com cacos
De idílios

Desfazer
Dualismos

Recolher
Os respingos
De perfumes
Antigos:
Borrifar
Em mulheres
Detrás
De postigos
Ou
Devolvê-los
Aos frascos
Respectivos

Usar
Os espaços
Ociosos
Do espírito
Sejam
Ou não
Os seus traços
Concisos

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

DILÚVIO


Esta noite
Pensei
Em construir
Uma arca
Chamar
Os bichos
E
Embarcar

Viver
Ali dentro
Uma quarentena
À margem
Da vida

Mas...
Espera!
Como é
Mesmo
Que vivo?

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

TARDE MEIO ASSIM


Céu
Cinzento
E
Um resto
De sol
De
Malacacheta

Mussaenda
Ainda
Florida
( Mas
Florada
Já seca )

Andorinha
Chistosa
A rir de mim
Ti ti ti
Ti ti ti
( Sei que sou
Esquisita
Mas...
Tanto assim? )


De figo-da-índia
Carregadíssimo
Faz
Dualismo:
Dulçor
E
Espinho

Asfalto
Surrado:
Caco de vidro
Azul
Bem clarinho
Lembra-me
Água-marinha
De joia
Perdida

Placa
No muro
Encardido
Da esquina:
Rua Túlio Cristone

O homem
E seu velho
Radinho
De pilha:
Rolling Stones
( Som chiado )

Terreno
Baldio:
Galo
Confuso
A cantar
Tristonho
Encabulado

( Suponho
Que seja
Saudade
E
Saudade
É coisa
Bem séria
Tinhosa
Severa
Contagiosa

Assim
Sendo
Respiro
Com força
E
Sebo
Nas canelas:
Energia
Nas pernas

Aperto
O passo

Tô fora ... )

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

BANQUETE


Tomei
Assento
Na sala
Do banquete:
Ricas
Iguarias
Dispostas
Nas bandejas
E
Finos vinhos
Nas bilhas

Mas
Não sou
Servida
Embora
Esteja
Trajada
Com a veste
Exigida

( A vida
Já viu tudo
Tudo sabe
É ilustrada:
Percebe
Que se trata
De túnica
Emprestada )

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

PASSAGEM


Preciso
Arranjar
Saída:

Sempre
Porta
Emperrada
Passagem
Obstruída
Quando
Tento
Passar
Para o lado
Onde
Lucila
A vida

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

EM FRENTE!


Não gosto
De lesco-lesco:
Se o tempo
Me chama
Em voz alta
Atendo

Haja
Neblina
Ou sol
Escaldante
Estragante
( Raios de
Fogo aceso )
Avanço

Todo dia
É dia letivo
No dia a dia
Da via:
É aí
Que a vida
Ensina
Sobre agapanto
E hortênsia
Sobre inocência
E malícia
Sobre o asteróide
Letícia
Medidas de assimetria
Planta-remédio
Contra mialgia
Os malefícios
De um sanduíche

(E
Até
Quem disse:
Mehr Licht )

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

IMAGINAÇÃO


Vejo
A rua
Recoberta
Com as flores
Da sibipiruna

Penso
Nas tecelãs
Da Pérsia
Urdindo
Seu tapetes

Em
Sharazade
A tramar
Lentamente
Sua lenda

( Imaginação
É poço
Sem fundo:
Se abusar
Atravessa
O planeta
E sai
Do outro
Lado
Do mundo )