
Um
Porta-joias falsas
Três
Medalhinhas
Velhas:
Jesus
José
Nossa Senhora
Saudade
De um
Tempo-aurora
Psique
Chora
Bora
Buscar
Um lenço
( Para evitar
Inundação
Tem de ser
Agora )

A vida
Nada me fez
Sem que eu
Consentisse:
Livre-arbítrio
Existe
Nenhum
Resquício
Desta
Letargia
Me foi
Incrustado
À revelia:
Librina
Só encobre
De gaze
Manhã
Indolente
Que não quer
Despontar
Tarde
Tem de ser
Rubescente
Se pretende
Ouvir
Triste-pia
Cantar
Sombra
De avenca
Rendilha
Parede
Quando
Rebrilha
Luz
Por detrás
Lavândula
Expande
Perfume
Se há
Pelo ar
Movimento
De paz
Letrilha
Só inicia
O que vale
A pena:
O resto
É escrito
Com letra
Pequena

Busco
Variante
Na estrada
Que sigo:
A mesmice
Me atinge
Como tiro
Certeiro
Bem
À esquerda
Do peito
Quero
Um trilho
Alternativo
De preferência
Que vá
Dar
Em nada
( Já disse
Clarice:
Perder-se
Também
É caminho )

Até
Minha fé
Envelheceu
Tem cabelos
Brancos
Sorriso
Amarelo
Sua pele
É áspera
Sua carne
É flácida
Arrasta
Uma perna
Quando anda
Assim
Meio de lado
( Deus
Deve estar
Decepcionado )

Busco
Quietar
O meu
Espírito:
Calar-lhe
A tagarelice
Feita de
Descontentamentos
De conflitos
Acalmá-lo
Por inteiro
Colocá-lo
Em posição
De lótus
Sobre a relva
À sombra
De frôndeo
Ceboleiro
A ouvir
O cântico
Do rio
Com
Backing vocal
De anjos
E
Passarinhos
Porém
É difícil
Convencê-lo:
Penso
Que terei
De agarrá-lo
Pelo colarinho

Lá
No alto
Na cúpula
Da capela
Um nimbo
Uma auréola
Rútila
Tal qual luz
De arandela
Incide
Sobre
A figura
Que cintila
Lucila
Fulgura:
Aurífica
Imagem
De
Deus
Cá
Embaixo
Eu
Minúscula
Frágil
Nula
Anseio
Por uma faísca
( Que seja:
Que seja única... )
Que
Se desprenda
Que desça
Transcenda
O impossível
E aclare
Pelo menos
Algumas
Poucas
Partículas
Dos vis
Pensamentos
Meus