
Tortuosa
Complexa
Tem sido
A senda
Meândrica
Induz-me
A pensar
Em
Sinuosidade
Cármica
Anárquica
Confunde-me
A rota
Caótica
Rompe
E reata
Aleatoriamente
A linha
Do tempo
A corrente
Atávica
A carótida
Pulsa:
Velocidade
Supersônica
Onde
A lógica?

Três
Strelitzias
Lindas
De um vaso
Comum
De barro
( Comovidas
Com
O caso )
Vão
Conversando
Comigo
Enquanto
Varro
As lembranças
Pra
Debaixo
Do tapete:
Não quero
Morrer
De saudade
( Tudo
Culpa
Do retrato
Pendurado
Na parede:
Meu pai
Jovem
Sorridente
Olhando-me
Com ternura
Chamando-me
Para
O passado )

A vida
É viagem
É voo:
Céu
De brigadeiro
Avião novo
Tapete mágico
Mas
( Como
A natureza
Não dá salto )
De vez
Em quando
Alvoroço
Sobressalto
Abalo:
Estol de badalo

De vez
Em quando
O teto
Desaba
Mas não
Completamente:
Ficam
As vigas
Talvez
Por isso
Valha a pena
A vida
Existência:
Obra
Inacabada
Sempre
A placa:
Aqui
Se trabalha

Tão bom
Não ser nada
Não ser ninguém
Apenas
Um zero
À esquerda
Invisível
Gentes
Atravessam-me
Quando
Por elas
Passo:
Nenhuma
Resistência
Faço
Àqueles
Que têm
Pressa
Meu tempo
É infinito
Pois que
Nunca
Jamais
Cogito
Chegar
A lugar
Nenhum
[Já aportei
Há tempo
Onde era
Necessário:
Num tal
De
Planeta
Terra
Sitio em que
Expio erros
(Quem sabe?)
E vou
Cometendo
Outros
Enquanto
Espio
A guerra ]

É
De manhã
Bem cedinho
As poucas
Pessoas
Domingueiras
Passam
Por mim
Rumo
À igreja
Rumo
À feira
Atípico
É
O meu caso:
Vou
Ao meu encalço
( Será que me acho? )
_o+arco+de+S.+Pedro+e+a+ponte+levadi%C3%A7a,+entrada+da+antiga+cidadela.JPG)
Bem
No fim
Do caminho
Uma porta
Corrediça
Incansável
No
Abre-e-fecha
Para
Toda sorte
De segredo
Orientação:
Acione
O botão
Para destravar
Sigo
Devagar:
Medo
Que
O mistério
Se revele
Inteiramente
E me trague
Tal qual
Areia
Movediça
Ao ouvir
O clic
Tento recuar
Mas
Já se ergueu
A ponte
Levadiça:
Não dá mais
Para voltar
Ai

Sibipiruna
Da rua
Morreu
Motosserra
Chega
Sorridente
Mostrando
Os dentes
Fazendo chiste
Fazendo acinte
Para
Bem-te-vi
Que
Triste
Chora
Duas
Grossas
Lágrimas
Nada
O
Consola
( Alamanda
Já tentou de tudo
Em vão )

Pronto!
Ano Velho
Já se foi:
Bengala
Chapéu na mão
Desapareceu
Lá na curva
Do caminho
Ano Novo
Tomou assento:
São seus
O cetro
A coroa
O trono
Instalou-se
Outro tempo
No qual
Antevejo
Advento
De
Maravilhas
Permeando
A vida
De cada
Amigo
Meu
( O Pai
Veio junto
Para semear
Prodígios
Tenho certeza )