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quinta-feira, 21 de julho de 2011

Dormideira


Olho
Atentamente
A dormideira
( Mimosa pudica
Sensitiva
Malícia-de-mulher
Maria-fecha-porta )

Tão frágil
Assim
Exposta
Com suas flores
Róseas
Dispostas
Em capítulos
Reunidos
Nos racimos

Planta
Encabulada
Vergonhosa:
Os folíolos
Se juntam
As folhas
Se fecham
A um simples
Toque
( Até mesmo
De um leve
Raio de sol )

Em sismonastia
Similar
Identifico-me
Sobremaneira:
Qualquer
Besteira
Encerra-me
Dentro
Dos labirintos
De um
Caracol

21 comentários:

Luciana Marinho disse...

que lindo, zélia...
me falha a memória agora, mas creio que é em "água viva" que clarice lispector também escreve belamente sobre as flores.

muito, muito delicado!

beijinho!

Luis Filipe Gomes disse...

Puro virtuosismo. Literário e botânico.

Unknown disse...

SENSACIONAL!

Zélia, querida, somos quase iguais. Aqui chamamos de onze-horas, não sei se é a mesma. Mas ela se fecha [as folhas] ao leve toque de qualquer coisa. Assim sou eu e essa terrível sensibilidade.

Excelente a construção e o poema!

Beijos

Mirze

CARLA STOPA disse...

Linda analogia Zélia...Beijos de saudades...

Dilmar Gomes disse...

Amiga Zélia , belo poema , aliás, como sempre! Teus poemas obedecem a um padrão de qualidade inalterado. Na tua obra não existe aqueles altos e baixos tão comuns no trabalho de muita gente.
Um grande abraço. Tenha um bom dia.

Ingrid disse...

somos duas...
lindo expressar sempre..
beijos..

Rose disse...

Belo poema.Sabe, me lembro desta florzinha no quintal:
Acordada Maria, que o boi envém...coisas da infancia!

Anônimo disse...

Tão delicado, Zélia! Os versos foram me envolvendo dentro de uma imagem fractal de flor... Ainda me sinto nela.
Lindo!

Beijo.

Diana L. Ramos disse...

Que delicadeza! Na flor e na poesia a delicadeza e a harmonia fazem festa.Linda, muito linda Zélia. Parabéns.Beijos

Unknown disse...

Poesia delicadíssima.

Beijo meu.

R. R. Barcellos disse...

Muitas plantas, alguns arbustos e até umas poucas árvores apresentam essas características; mas entre poetas e poetisas só duas têm essa sensitividade, e uma é você.
A outra? Te aviso quando nascer...
Abraços.

Andradarte disse...

Nada de fechar na concha....
Beijo

Tania regina Contreiras disse...

Zélia, seu olhar resgata coisas que eu havia esquecido. Sim, como lembro delas e como me via também nelas: a um leve toque, e tudo se fecha, para abrir novamente. Ah, e na infância tínhamos uma espécie de mantrinha que falávamos quando tocávamos a planta: nossa, quantas lembranças resgatadas...:-))
Beijo, querida.

Unknown disse...

Olá Zelia

Antes demais ...parabéns pela escrita ! gostei...

Gostaríamos muito que desse uma vista de olhos no projecto DVB, de saber a sua opinião, e qual o interesse em desenvolver o seu trabalho neste novo formato.

\"Transformamos\" os seus trabalhos (já editados em livro, ou não ...), num DVB- Digital Video Book, uma ideia original da Pastelaria Studios Productions

O projecto é recente, é uma inovação, tal como explicamos no nosso blogue:

http://pastelariaestudios.blogspot.com/

É exactamente isso, os seus poemas seriam "transformados" num DVB . Um livro que se vê como um filme ( com menu , extras, biografia, capítulos, etc... )

Não somos uma editora e prestamos essencialmente um serviço criativo.

A minha sugestão seria, enviar-nos os seus \"registos\", e nós faremos um orçamento.

Posso adiantar que, por ser um projecto novo e, embora o trabalho criativo (audio, voz, imagem, construção do DVB, etc) seja bastante, queremos chegar ao maior número de autores de obras escritas, mesmo que essas estejam (ainda...) na gaveta .

Realizamos e produzimos, também , Audio Books

Fico a aguardar uma resposta e, qualquer dúvida… estamos por aqui.

A sua opinião é muito importante para nós, pois só assim conseguiremos crescer e melhorar sempre ! e.... porque não, arriscar ?!

Sem compromisso,-----------------escolha um dos seus poemas ou textos … e nós realizamos uma pequena amostra do nosso trabalho, é um presente nosso …para si ….

Um grande abraço desde aqui

Teresa Maria Queiroz

pastelariaestudios@gmail.com

podem seguir o que vou escrevendo em...
http://continuandoasim.blogspot.com/
OBrigada ! :))

Denise Portes disse...

Querida,
Tão lindo isso.
Um beijo
Denise

Guma disse...

estimada amiga Zélia,

um embalo de sensibilidade.

acho que ao toque fechamos ou nos abrimos, muito depende do gesto.

beijo e kandandos meus,

Caca disse...

Que analogia fantástica, Zélia! Abraço grande, paz e bem.

Artes e escritas disse...

Gostei da identificação com a flor, uma simbiose poética. Um abraço, Yayá.

Paulo Vitor Cruz, ele mesmo disse...

A dormideira me despertou pra um domingo feliz. Gracias.

Abraço.

Regina Rozenbaum disse...

É poetisa amada, a "sutileza" de toque nos afeta tanto...ou abrimos ou fechamos.
Beijuuss n.a.

Anônimo disse...

Conheço a tal dormideira desde muito pequena e sempre me encantei com ela. Me impressionava a velocidade da reação dela. Não sabia bem pq gostava tanto de observá-la, mas agora já sei: sismonastia similar.
Como não pensei nisso?

Mais uma vez saio daqui leve como suas palavras, que conseguem sê-lo mesmo quando falam de dor ou medo.
Aliás, li o poema que Lara fez em sua homenagem: lindo, merecido, perfeito... tanto quanto ela ou você o são nessa arte das palavras.
Beijokas.
Saudades de vc.