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sábado, 28 de agosto de 2010

Duas luas


A TV
Avisou:
É
Baixíssima
A umidade
Relativa
Do ar

Deveras
A atmosfera
Doméstica
Me sufoca:
Numa
Tentativa
[Ainda
Que vã]
De
Sobreviver
Saio
A caminhar
[Deixo
A toca]

Em meio a
Inúmeras
Conjecturas
Acerca
Das
Mudanças
Climáticas
Globais
Ando
Pelas ruas
[As árvores
Estão
Despidas
Nuas:
Não há mais
Sequer
Sinal
Da florada
Dos ipês]

Vou
Imaginando
Os porquês
Da
Transmutação
De minha
Aldeia
Neste árido
Pedaço
De
Saara

É
Com
Dificuldade
Que vejo
O entorno
[Todo seco]:
As pálpebras
Não deslizam
[Como deveriam]
Sobre os meus
Olhos
[Antes
Atritam:
Tempestade
Areia
Deserto]

Nenhum
Oásis
Mas
[Ali à beira]
Uma miragem:
O cego
Joga fora
A sua
Capa
E


[Estou na
Expectativa
De
Duas luas
Para hoje:
Dizem
(Os entendidos?)
Que
Marte
Nunca
Esteve
Tão perto]

35 comentários:

AC disse...

A qualidade mantém-se.Boa!
O poema, em ritmo de apreensão q.b., vai ganhando dimensão no caminhar da autora. Que, como sempre, conclui com final forte...

Beijo :)

Guma disse...

Querida amiga é no caminhar e ao sair da toca e, atentos ao que nos rodeia, que a vida acontece. As expectativas tomam dimensão e nos integramos neste universo maravilhoso do qual nós, partículas minúsculas nos apercebemos quanto importante é cada milésimo de segundo em que participamos ou não!
Óptimo fim de semana.
Beijo e kandando com muito carinho.

Cida disse...

Por aqui, por enquanto, os ipês continuam floridos de encher a vista. Lindos demais!
Assim como o teu poema, amiga Zélia, que de árido, não tem nada!...:)

Beijinhos, e tenha um final de semana luminoso.

Cid@

Unknown disse...

Quando eu era criança, mal brincava de bola por causa de minha miopia avançada. Andava então arrastando livros. Adorava o livro verde de mamãe: era Vinícius de Moraes! Depois descobri o vermelho: Drummond! Depois descobri outras cores e outros poemas e percebi que o mundo tinha tanta gente querendo falar!
Às vezes acho que não "como" mais poemas como antigamente, mas desde que descobri o caminho daqui, parece que volto aos poemas que eu gostava de ler. Adoro sua forma simples de descomplicar o complicado.
Abração e bom fds!

Sueli Maia (Mai) disse...

Belíssima, a imagem inspirou poesia em prosa.

beijos

Gerana Damulakis disse...

Uma reflexão poética que parte totalmente da atualidade e faz essa atualidade virar arte. Parabéns, Z.

Daniela Delias disse...

Zélia querida!!! Esse 27 de agosto nos deixou em sintonia...a lua e marte também costuraram uns versos do lado de cá!Se Marte nunca esteve tão perto, creio que a gente também! Bjos, carinho imenso.

Anônimo disse...

Seu poema é um show de imagem, aflora todos que o leem. Lindo, minha amiga, demais!

Beijos.

Fred Caju disse...

Se cada caminhada sua virar um poema, que caminhe todos os dias. Abraços!

poetaeusou . . . disse...

*
é do ozono ,
é do ozono ,
é do ozono ,
que oxida
as minhas articulações,
ou é da humidade ?
,
um mar de amizade,
fica,
,
*

Rodrigo Braga disse...

Não me canso de dizer que o melhor de visitar esse blog é saber que não vou encontrar mais do mesmo.

Sair da toca é cair no mundo e cair no mundo é o que mais importa.

Vitor Chuva disse...

Olá Zelia!

Valeu a pena o seu passeio fora de casa: Com as suas palavras coseguiu transformar o deserto num fresco oásis, e até conseguiu presenciar um milagre.
Muito bonito, como sempre!

Um abraço amigo.
vitor

Unknown disse...

duas luas em agosto, haja peito para uivar


abraço

Tania regina Contreiras disse...

Zélia, surpeende-me sempre em você essa facilidade de transformar o cotidiano em poesia. Nossa, como eu queria aprender isso, é fantástico, já vi você fazendo versos tirados de dias onde a poesia lhe escapou, mas você a trouxe de volta. Parabéns, minha querida.
beijos

lula eurico disse...

Duas belíssimas luas, amiga.
Um ritmo delicioso, nas frases curtas.

Abraçamigo.

Dilmar Gomes disse...

Parabéns, cara amiga. Você consegue extrair a limonada do limão. Quando quase todo mundo xinga, excomunga a realidade climática - tão madrasta - , você a redimensiona através deste belo poema.
Um grande abraço.

Helô G.K. disse...

Que poesia, mãe!! Acho que hoje não vou parar de pensar nela. Se ao menos esses milagres estivessem realemente acontecendo, não?? Alguns males estariam vindo para bem!! Lindo, lindo, assim como a senhora. Te amooooo!!!

Jorge Pimenta disse...

querida amiga, entre luas e sóis, desertos e glaciares, tocas e palácio... é caminhando que as solas dos pés inscrevem o nosso nome na (i)mortalidade. caminhemos, pois.
um abraço, doce zélia!

Unknown disse...

Mudanças, fora e dentro, obedecendo
esse tempo que oscila de jeito tão diferente
dizendo não aos contentos...

Lindo sempre minha querida,
teus versos, tuas prosas,
semprre descrevendo um pouco de Livinha

Feliz semana pra ti

bjs

Livinha

Juan Moravagine Carneiro disse...

sempre com belos escritos

abraço

Anônimo disse...

E eu que só olho pro céu agora!
Bjs

Anônimo disse...

Agradeço o convite e aqui deixo meu comentario .
Belo blog regado a belos textos!!
Parabens
Eduardo Bonito
Editora Literata

Ribeiro Pedreira disse...

que as luas nos tragam flores incandescentes.
bjs!

Domingos Barroso disse...

A ponte das suas mãos
com sua alma atrai luas:
mais de duas.

carinhoso abraço.

MariaIvone disse...

Zélia, por aqui é o mesmo. Nunca o Verão foi tão quente, as copas das árvores estorricam e as folhas caem secas num instante. Se ao menos viessem luas!

Beijos por seu poema
MariaIvone

Zélia Guardiano disse...

Amigo Kimbanda
Que alegria receber sua visita e ler seu comentário maravilhoso!
Grata, meu querido!
Fortíssimo abraço para você!!!

Zélia Guardiano disse...

Muito grata, AC, meu amigo!
Seu comentário muito me honra!
È muito importante sua presença!!!
Enorme abraço!!!

Zélia Guardiano disse...

Amiga Cida
Por aqui os ipês já estão sem as flores, mas estou no aguardo da próxima florada... A vida é feita de expectativas, não é mesmo?
Grata, querida, pela visita tão importante!!!
Enorme abraço e beijinhos...

Zélia Guardiano disse...

Angelo, meu querido amigo
Sua visita e suas palavras muito me emocionaram!
Sinceramente, esta retrospectiva que você faz é muito linda! Recordar a influência da mamãe, sobre a sua formação, é algo sublime! Poucas pessoas que conheço têm essa sensibilidade...
O comentário que você tece a respeito de meus versos, enche-me a alma e o coração de felicidade!
Olhe, querido, não tenho palavras para traduzir toda a minha gratidão...
Fortíssimo abraço!!!

Zélia Guardiano disse...

Grata, querida Mai!
Sua visita é sempre uma alegria muito grande!
Enorme abraço

Zélia Guardiano disse...

Obrigada, Gerana querida!
Gosto de escrever sobre o cotidiano, de maneira que todo e qualquer acontecimento ou notícia, serve de inspiração...
Beijo

Zélia Guardiano disse...

Oh, Daniela querida
Que bom constatar afinidades entre nós!
Vou visitá-la pra conferir...rsrs...
Grata, querida, pela amável visita!
Grande abraço...

Zélia Guardiano disse...

Helô, querida
Que bom que gostou, meu amor!!!
Como você está on line, deixo só assim a resposta , para ver se alcanço-a ainda aqui...
Beijos, meu amor!!!

Zélia Guardiano disse...

Você, sim, é demais, minha querida Larinha!
Demais como poetisa e demais como amiga!
Grata pela amável visita e pelo comentário tão simpático!
Beijinhos...

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

À.mar.te.ei... :D

"Que Marte traga suas armas, pois vou derrotá-lo..." Ass. Hades