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segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Cigana


Vou pela rua...

Eis
Que
A cigana
Me aborda:
Quer ler
A minha
Mão

Aquiesço:
Por que não?

[Talvez
Até
Eu descubra
A razão
Deste
Taedium vitae
De toda
Esta
Amarração]

A gitana
Ametista
[Pedra
Semipreciosa?]
Inicia
A sessão

Enquanto
[Linha
Por
Linha]
Investiga
Minha vida
Também
Realizo
Pesquisa:
Perscruto-lhe
Os traços
Do rosto
[Vamos ver
O que
Decifro]:
Seu semblante
É hieroglifo
E
Eu sou
Champollion

Seu olhar
[Fraca luz
De vela
Quisera
Fosse néon]
Mal e mal
Alumia
A vereda
Que sigo
Com
Sofreguidão

Cuidado!
[Eu me digo]
Há perigo:
O abismo
A peseguição

Mergulho
Num mar
De
Conflitos:
Romênia
Punjab
Rajastão
Ando
Por
Caminhos
Bíblicos:
Caim...
Crucificação...

Comparo
Romani
Com
Hindi
Prácrito
Com
Aramaico
Punjabi
Com
Maharate

Emociono-me
Com Romána
No centro
De
Uma
Kumpánia
[A velha
Kampina
Arde]

Sigo
[Triste]
Aresajipe
E
Presencio
Porajnos
[Horror!]

Ouço
Ao longe
[Ainda bem]
Voz
Que me chama
De volta:
Senhora...
És infeliz
No jogo
Mas
Venturosa
No amor

[Ai
Que pena
Da mulher!]

Conforme
O combinado
Dou-lhe
Algumas
Moedas
[Não tenho
Dinheiro
Em papel]
E lhe desejo
[Para sempre]
A presença
De Devél

61 comentários:

Dilmar Gomes disse...

Lindo! Lindo! Lindo!,amiga Zélia. Acho que você é uma musicista disfarçada de poetisa!
Um grande abraço.

Breve Leonardo disse...

[circulando no lado contrário da roda da vida, adivinhação é jogo de 50/50... tudo é resguardo, tudo é possível]

um imenso abraço, Zélia

Leonardo B.

Rodrigo Braga disse...

Obrigado por me surpreender sempre que visito seu blog.

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

Caramba!!! A pujança de imagens e referências fez-me antever e ver, sentir e mesmo tocar as veredas e caminhos das linhagens da cigana... faz sina ação... ;)

Hugo de Oliveira disse...

Maravilhosaaaaaaa...adorei.

abraços


Hugo

Fabiana Alves disse...

Quanta sensibilidade! Muito lindo esse poema, minha amiga! Me arrebatou!
Abraço com carinho!

Unknown disse...

Fantástic.

"O destino conduz o que consente e arrasta o que resiste ."

Beijo.

Renata de Aragão Lopes disse...

A cigana lê mãos
e você, almas.

Beijo,
Doce de Lira

silvia zappia disse...

viajé junto a vos
abstraída la gitana

qué bello poema!


mil besos*

Nadine Granad disse...

Lindo!
Quanta cultura!... Rimas gostosas!!!


Beijos =)

Anônimo disse...

Minha pedra tb é ametista, mas minha cor não é o amarelo. Estou parecendo música do João Bosco né?!!!
Bjs querida.

Jorge Pimenta disse...

ena, zélia, a isto chamaria uma visita guiada pelo mundo geográfico... mas sobretudo pelo da alma. referências distintíssimas bem açucaradas pelo baloiço das palavras que embalam o poema. perfeito!
um beijinho e uma bola-de-cristal, querida amiga!

olhodopombo disse...

Como sempre eis voce em grande estilo.
e eu aqui finalmente, dpois de 22 dias com
a INTERNET de volta ao lar...
bjs

Paulo Jorge Dumaresq disse...

O mistério da vida e da morte na palma da mão.
Estupendo, Zélia.
Mostraste toda sua cultura universal em versos.
Minha reverência, querida amiga.

MariaIvone disse...

Zélia

Que bom ler seus poemas, sentir sua cadência, ritmo, musicalidade. Desta vez a cigana passou de leitora a objeto de leitura. Coitada, não deu por nada!

Beijo

Maria Luisa Adães disse...

Minha senhora

Grata por a encontrar e ao seu blogs.

"Gigana" que lhe leu a sina
lhe disse mil coisas
de encanto e desencanto
a olhou nos olhos
e captou seu interesse
e seu mar de sentimentos
controverso, desconexos,
mas onde flutua o amor.

Esia é a minha análise, breve, muito breve, de si,
como se eu fosse Cigana.

Maria Luísa

Unknown disse...

tantos mistérios circundam linhas tortuosas na palma de uma mão,


abraço

Zélia Guardiano disse...

Grata, Dimar, grata!!!
Você, sempre me estimulando...
Sua visita me faz muito bem!
Enorme abraço...

Zélia Guardiano disse...

Leonardo, meu querido
Muito grata pela simpática visita...
Enorme abraço para você!

Zélia Guardiano disse...

Eu, sim, devo agradecer-lhe pela adorável visita...
Grata, amigo Rodrigo
Abraço bem forte!!!

Zélia Guardiano disse...

Que comentário estimulante, meu querido Francisco!
Fico-lhe muito grata por isso! Palavras assim me empurram para a frente...
Enorme abraço, amigo!!!

Zélia Guardiano disse...

Obrigada, HSLO!
Obrigada!
Sua visita me alegra demais: vem sempre...
Abração...

Zélia Guardiano disse...

Oh, Fabiana querida...
Que bom que você gostou! Isso me leva a novas experiências, a novas tentativas, querendo sempre acertar...
Beijo, amiga!

Zélia Guardiano disse...

Formidável pensamento, Manuel...
É melhor consentir, com certeza... Assim, não seremos violentados pelo destino...
Abração, querido!

Zélia Guardiano disse...

Obrigada, Renata querida!
Obrigada!
Você é um encanto, pura generosidade...
Beijo!!!

Anônimo disse...

Saudades de tuas letras sempre tão bem dispostas e envolventes. Como esse conto-poesia, tão melodioso e encantador. Que a gitana esteja certa e que o amor faça morada em sua vida.
Um coração tão sensível capaz de tão lindas revoadas, merece estar sempre cheio da luz e da alegria do amor.
Beijos, querida, e apareça no Chocolate.

Andradarte disse...

Não sei como me descobriu,mas obrigado pela sua visita..Gostei da descrição da leitura da sina...
Há 'ciganas' em todo o mundo e a lenga-lenga
é igual.Vou seguir, para vir com mais calma
Beijo

mdsol disse...

Já me faltam as palavras para expressar o prazer que é lê-la.
beijinhos, querida

:)))

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

Oi, Zélia, deixou-me uma impressão que não sei se tens entre tuas referências, mas algo me lembrou muito Neil Gaiman, autor de Sandman [história em quadrinhos para adultos] - é um clássico, premiado no mundo todo, ano retrasado [se não me engano] esteve na FLIP numa das tendas mais disputadas...

Anônimo disse...

Seu destino se assemelha ao meu, então, amiga.

Beijo terno.

Zélia Guardiano disse...

Grata, grata, grata, Rayuela querida
Se gostas, fico feliz! Teu aval é mais do que importante, posto que és poeta maior...
Grata, mui grata, amiga!!!
Mil besos*

Zélia Guardiano disse...

Nadine...
Que bom que vieste, querida!
Tens sempre uma palavra de estímulo para mim...
Muito grata!
Beijo

Zélia Guardiano disse...

Fatima, minha querida
Agora você me assanhou: adoro João Bosco! Adoro!
Sou fã de carteirinha...
Grata, amiga, pela visita, sempre festejada pelo meu espírito...
Enorme abraço!!!

Maria Luisa Adães disse...

Amei encontrá-la no meu blogs.

Obrigada,

Mª. Luísa

Zélia Guardiano disse...

E o baloiço das tuas palavras me embala a alma, Jorge querido!!! Generoso que é, sabe sempre valorizar os versinhos desta aprendiz de poeta...
Muito grata, meu eapecial amigo!
Abraço bem apertado!!!

Zélia Guardiano disse...

Tamar, Tamar, Tamar!
Que falta você faz nesta blogosfera!!!
Estou falando seriamente: este mundo virtual não é o mesmo sem a sua presença... Ai...
Bem, está de volta, isso é que interessa...
Já estive lá no Olho do Pombo, conferindo toda a lindeza...
Forte abraço, querida!!!

Zélia Guardiano disse...

Amigo Paulo Jorge
Diante de você não sinto insegurança, tamanha é a sua generosidade...
Tem sempre uma palavra adequada para me impulsionar...
Obrigada, querido!
Abraço bem forte para você!!!

Zélia Guardiano disse...

Contagotas querida
É preciso, de vez em quando, inverter os papéis, não é mesmo? rsrs...
Grata pela visita, amiga!
Beiijinhos...

Zélia Guardiano disse...

Querida Maria Luisa
Que visita mais simpática a sua... Adorei!!!
Vem sempre, que será grande alegria para mim...
Muito grata!
Beijo

Zélia Guardiano disse...

Nem fale, Assis, nem fale... É assim mesmo, como dizes...
Abração, querido!

Zélia Guardiano disse...

Lua Nova!!!
Que bom tê-la aqui!
E ainda, tecendo este comentário tão lindo...
Adorei a visita!
E pode ter certeza de que irei ao Chocolate!!!
Enorme abraço, cheio de gratidão...

Zélia Guardiano disse...

Andradarte
Muito grata pela visita!
Volte sempre...
Abraço

Zélia Guardiano disse...

Oh,mdsol querida...
Tu és a gentileza personificada!
Muito grata pela amável visita...
Beijos

Zélia Guardiano disse...

Querido Francisco
Não tenho, não, mas vou procurar!
Grata, amigo!
Abraço...

Zélia Guardiano disse...

Até nisso somos parecidas, Larinha... Não falo sempre que vibramos na mesma frequência? Então... A diferença crucial, entre nós, é só a idade...rsrsrs...
Beijinhos, minha querida!!!

Zélia Guardiano disse...

E eu adorei o seu blog!!! Belíssimo!!!
Beijo, querida...

Zélia Guardiano disse...

A resposta acima é destinada para Maria Luisa.

Marta Vinhais disse...

Um ritmo interessante para o poema...fez como se eu estivesse presente...
Adorei...
Beijos e abraços
Marta

Zélia Guardiano disse...

Obrigada, Marta!
Que visita agradável!
Vem sempre...
Abraço!

Gerana Damulakis disse...

Versiprosa, como dizia Drummond. Deliciosa história e, sempre, com a originalidade de seu estilo. Parabéns, Zélia!

Marcantonio disse...

Poema-narrativa desses que só você sabe fazer. Formidável. E você introduz referências linguísticas e históricas com tal naturalidade que as torna simbólicas. Constatei a minha deprimente ignorância sobre os fundamentos dessa história transpessoal.
Parece-me que a conclusão é que pretender ler o futuro é vã pretensão; só podemos é ler o presente à partir dos meandros do passado. Talvez daí algum lampejo incerto de futuro.

Grande abraço, Zélia.

Zélia Guardiano disse...

Obrigada, Gerana! Obrigada!
Sabe o que acontece? Gosto muito de poesia, e igualmente de histórias... Talvez seja esse o motivo desta minha maneira de contar causos, que você chama de meu estilo, o que muito me alegra...
Grande abraço!!!

Cris de Souza disse...

Que belezura!
Sabes envolver o leitor em suas tramas...

Beijos, querida!

Zélia Guardiano disse...

Cris, minha querida
Que bom ouvir isso de você! Dá-me coragem para continuar expondo os meus versinhos...
Grata, querida!
Grande abraço!

Zélia Guardiano disse...

Marcantonio querido
Sua presença aqui é uma alegria só...
O comentário que me deixa faz-me , depois de ler e reler, refletir muito... Isso porque quando , no cotidiano, observo algo que me sensibiliza, penso logo em pegar papel e caneta, antes que a impressão evapore... E ali escrevo/apago/escrevo, até achar que está no ponto. Então publico. Acontece, porém, que a insegurança fica rondando... Quando você me diz que está bom, respiro aliviada. É isso...
Grande abraço, amigo!

Marcantonio disse...

Mas, Zélia, o que você aí disse serve perfeitamente para descrever o meu próprio processo de escrever ou pintar. Creio que não existe artista seguro, só aqueles que estagnaram ou perderam a capacidade de se espantar, de ensaiar, de duvidar das próprias certezas.

Grande abraço.

Tania regina Contreiras disse...

Querida, em atraso com as leituras, porque andei fora, eis que encontro essa bela narrativa. Eu confesso que me deixaria perscrutar por Zélia, em vez da cigana, porque o resultado é, inariavelmente, essa coisa bonita que você escreve e que eu tanto admiro...
Beijos,
T.

Batom e poesias disse...

Uma crônica ritmada, um poema canção.
Uma história, uma viagem!

É tão bom que não sei falar...
bj, Zélia.

Rossana

poetaeusou . . . disse...

*
Carmencita a ciganinha
vendia a ilusão
escrita nos traços da mão
Carmencita, Carmencita,
deixa-me chamar-te bendita,
por teres lido a sina a Zélinha !
,
que as linhas traçadas,
da saúde e do amor,
se mantenham em ti !
*

Sueli Maia (Mai) disse...

A mística do povo cigano, as premonições, o desejo de trazer o futuro e controlar o tempo.
Consegues mesclar as inquietações e as buscas de modo cadenciado.


grande baraço, Zélia

Vitor Chuva disse...

Olá Zélia!

É verdade que a cigana lhe leu a sina, a sua, mas a Zélia, numa inversão de papéis, foi-nos lendo a sina da cigana, e, tenho a certeza,saberá muito mais sobre a história dela do que ela própria alguma vez será capaz de adivinhar ... apesar de ser cigana.

O texto está lindamente construido, como sempre.

Um abraço amigo.
Vitor